A controvérsia. sobre a reposição hormonal, associada aos sintomas da menopausa, situa-se na discussão da medicalização e nos efeitos colaterais. A medicalização dos sintomas, aponta que a reposição de estrógeno amenizaria os sintomas “desagradáveis”, como calores, perda de libido, melhora do tônus da pele, cabelo, entre outros sintomas. Por outro lado, aponta-se que a reposição hormonal coloca a usuária numa situação de risco de desenvolver câncer de mama.
Ainda, outras reposições hormonais também tem sido apontadas como controversas, como a testosterona em mulheres. O segmento farmacêutico responsável pela manipulação e venda deste hormônio, aponta que “a testosterona quando deficiente, pode causar a fatiga, e a perda de massa do músculo, a gordura de corpo aumentada e a movimentação sexual é diminuída”. Entretanto, ainda que uma parte da população que se interessa por este hormônio esteja na menopausa, como complemento à reposição do estrogênio, a testosterona situa-se numa outra discussão que se aproxima das questões sobre sexualidade e gênero. Assim, “a descrição técnica da testosterona pressupõe que o usuário seja um homem que não produz naturalmente uma quantidade suficiente de andrógenos e, como consequência, que seja heterossexual, pois relaciona a parceira sexual como mulher. Em todo caso é necessário deixar de identificar-se como mulher para obter legalmente uma dose de testosterona, embora ela seja comercializada no mercado negro e facilmente encontrada na internet. É essa relação hormônio-gênero que é virulentamente criticada como nova produtora dos corpos sexuados”
Este paper, busca, portanto, discutir a controvérsia da reposição hormonal, entendida como uma construção social.