Esta nova identidade implica diretamente na imagem do idoso que respeitava certa norma no vestir e no agir, a qual também já começa a desbotar. Observamos atualmente uma desconstrução da velhice tal como ela é ou era vista, ou seja, o perfil dos “novos velhos” não parece combinar com o lamento da estrofe de uma música popular brasileira: “velhice chegando e eu chegando ao fim...”
No atual contexto, a construção dessa nova imagem do idoso apresentada pela mídia de um modo geral e pela linguagem a ela aliada. A constituição dessa nova imagem não é realizada sem propósito. Uma indústria cultural, diretamente voltada para este gênero vem sendo montada e expandida, com a ajuda do apelo midiático e a adoção de um novo estilo de vida para os idosos, ou seja, a construção de uma nova identidade para esses sujeitos movimenta memórias diversas, sucedidas de diferentes formações discursivas, fornecendo posições-sujeitos que os indivíduos são chamados a ocupar. As diferentes práticas discursivas retomam essas diversas memórias para comentá-las, deslocá-las, transformá-las, sendo nesse campo discursivo heterogêneo que o sujeito forma sua identidade.
Tempo de novas experiências, novos projetos e novos trajetos? Fala-se então, necessariamente, em rever as inserções sociais.
A partir dessas considerações, o trabalho enseja entender, sob a ótica da velhice, as novas (re) significações que os sujeitos idosos estão produzindo para suas vidas, bem como as novas propostas de sociabilidade surgidas no contexto pós-moderno.