524.1 Ciberespaço e identidades hÍbridas – apontamentos entre a cibercultura e os estudos pós-coloniais

Friday, August 3, 2012: 12:30 PM
Faculty of Economics, TBA
Larissa GALDINO DE MAGALHAES SANTOS , Departamento de Ciências Sociais, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, Brazil
As novas tecnologias de informação e comunicação trazidas pela modernidade estão promovendo uma modificação em nossas noções de tempo e espaço. A rede de computadores (Internet) tornou-se o principal veículo de produção de informação e comunicação na sociedade contemporânea, e como a comunicação é uma relação social entre indivíduos e/ou grupos, os significados transmitidos entre os sujeitos também se transformam. Este artigo procura discutir o ciberespaço, enquanto local de mediação e reconstrução de identidades, utilizando os conceitos que permeiam o ambiente do espaço virtual, e com base nos movimentos sociais em voga na rede virtual, pretendemos estabelecer uma conexão analítica com os Estudos Pós-coloniais, para demonstrar que as interações na rede viabilização as afirmações de identidade enquanto espaço em que os “outros” podem falar. Nesse sentido a, rede tem sido apontada como alternativa para romper os modelos de comunicação de massa unidirecionais, já que os sistemas de documentos vinculados entre si (links) resultam na interligação de computadores, logo, de seus usuários. Procuraremos aqui compreender as relações estabelecidas no ciberespaço pela infinidade de sujeitos, trocas e comunicações que podem levar ao reconhecimento de identidades. Por meio dos Estudos Culturais pretendo esclarecer em que medida pode o subalterno falar por meio do ciberespaço. Nosso intuito é esclarecer de que forma esse ambiente fluido propicia as trocas culturais e a percepção das diferenças. Pois o ambiente virtual propõe uma nova forma de comunicação, um campo semântico que alimenta nossas relações é ampliado, e com isto construímos novas ou reiteramos a identidade. Os Estudos Pós-Coloniais tratam de “rechaçar” o padrão de hegemonia ocidental, procurando redefinir a cultura, proporcionando alternativas para aqueles que não tiveram voz antes e agora podem ser escutados. A Internet por sua vez pode ser o veículo que facilita essas falas, que coloca o subalterno no papel de emissor.