Saturday, August 4, 2012: 3:30 PM
Faculty of Economics, TBA
O cenário do semiárido nordestino brasileiro em função dos longos períodos de estiagem é marcado por vulnerabilidades de ordem econômica, social e ambiental, pois as famílias rurais que habitam o chamado polígono da seca sofrem com a escassez de água e a falta de políticas públicas capazes de promover a cidadania e distribuição de renda nessa região. Contudo, este cenário de vulnerabilidade começa a mudar a partir da década de 90 com a implementação de tecnologias inovadoras de acesso à água. Desse modo, o presente trabalho teve como foco principal avaliar a vulnerabilidade social das mulheres residentes na Comunidade Massapê, localizada no Município de Picuí na Paraíba, antes e depois da construção das cisternas de placas. Por meio de um resgate histórico e história de vida das mulheres agricultoras, da família e da criança frente à sociedade, apresentando uma trajetória de sofrimento vivenciado pelas mulheres agricultoras, que por não terem reservatórios capazes de armazenar água de qualidade perto de casa, tinham que se deslocarem muitos quilômetros como objetivo de buscar a água destinada a suprir as necessidades básicas diárias da casa. Contudo, a partir da construção das cisternas de placa, proposta implantada pelo Programa um Milhão de Cisternas – P1MC, a Comunidade se mobilizou em mutirões para construir as cisternas, e as mulheres tiveram condições de armazenar água de chuva próximo das suas residências e, portanto, não mais precisando fazer as árduas caminhadas diárias. Nesse sentido, evidencia-se que é possível a configuração de uma nova realidade social, econômica e ambiental no semiárido brasileiro a partir do momento que os atores sociais se articulam com diversas entidades no sentido de ampliar as ações de convivência com o semiárido, na perspectiva da melhoria da renda e a igualdade de gênero.