Notas Sobre a Valorização Do Valor a Partir Da Periferia Do Capitalismo: Estudos Sobre a Dialética Modernizante Brasileira

Friday, 11 July 2025: 15:00
Location: FSE018 (Faculty of Education Sciences (FSE))
Oral Presentation
Fernando GASTAL DE CASTRO, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brazil
Como conceber a complexidade da valorização do valor no âmbito do capitalismo periférico brasileiro? As raízes históricas do sistema do capital brasileiro e sua dialética modernizante encontra-se no mundo colonizado pelas necessidades de expansão do capital mercantil europeu, capaz de produzir uma consciência refieicado por forças exógenas e uma síntese social operada não pelo trabalho livre, mas pelo trabalho escravizado.Logo se vê particularidades da valorização do valor caracterizada pela condição periférica que estrutura a realidade social-material brasileira a partir da forma mercadoria periférica que we produzna junção contraditória entre a modernização de forças produtivas externas a partir da revolução industrial do centro do sistema do capital e das forças produtivas internas coloniais. Correlativamente, a consciência reificada que se produz no Brasil, têm suas origens tanto no tripé latifúndio-escravidão-monocultura exortadora, nas exigências eurocêntricas da Ilustração bem como na cultura barroca, conforme a define Bolivar Echeverría. Por fim, o trabalho libre como síntese social entre a consciência reificada e o ser da mercadoria periférica tem suas origens no trabalho escravo que opera por quase quatro séculos a síntese social entre os povos afrodescendentes escravizados, a população de homens e mulheres livres e os grandes proprietários rurais.Neste quadro, a reificação da consciência periférica está fundada no arbítrio da consciência escravista, revestida pelo progressismo iluminista e pela forma mercadoria constituída pela estática do latifúndio agroexportador e pelas ambiguidades da modernidade barroca. Sustentamos nesse sentido, que a particularidade da dialética do valor que se totaliza ao longo do processo histórico brasileiro é dada pela normalidade do trabalho livre realizado com práticas escravistas, a institucionalidade do Estado de direito como outra face do Estado de exceção e a modernização das forças produtivas realizando-se pela conservação das forças protocapitalistas baseadas no favor, no arbítrio, bem como no rigor do ethos realista misturado às ambiguidades da modernização barroca.