Thursday, August 2, 2012: 12:00 AM
Faculty of Economics, TBA
Distributed Paper
A ideologia se faz presente em todos os aspectos da sociedade, inclusive na produção intelectual das ciências sociais. O objetivo desta pesquisa é investigar as questões ideológicas que colaboram para que os serviços públicos em saúde sobrevivam em condições precárias. Um eixo inicial de análise partirá dos discursos sobre a “individualização” e da “eficiência” aplicados à saúde como uma configuração ideológica que se opõe à ideia de direitos sociais. Um dos focos do trabalho está na transição do SUS, de suas origens no movimento sanitarista dos anos 1970 até o presente, analisando as origens da precarização dos serviços do SUS e o fomento à expansão do sistema de saúde complementar. A análise teórica reflete sobre o discurso da individualização, que será considerado a partir de duas vertentes: a primeira se refere à concepção tradicional, ou seja, no sentido de “individualismo metodológico”, que fundamenta as estratégias de mecanismos de mercado na prestação de serviços públicos; a segunda corresponde à tese da individualização institucionalizada, como proposta por Ulrich Beck e Elisabeth Beck-Gernheim. Ainda há muito a fazer para que o sistema de saúde brasileiro se torne universal. Nos últimos vinte anos houve muitos avanços, como investimento em recursos humanos, em ciência e tecnologia e na atenção básica, além de um grande processo de descentralização, ampla participação social e maior conscientização sobre o direito à saúde. No contexto atual, as relações entre o SUS e a saúde suplementar, provocam desafios para o futuro do sistema universal.