Historicamente a relação entre mobilidade social e distribuição de renda é complexa no país com períodos de rígida fluidez social e estabilidade na distribuição de renda; rígida fluidez e crescimento das desigualdades de renda; alta fluidez e crescimento das desigualdades e alta fluidez e redução das desigualdades de renda. Torche (2003) estudou o paradoxo - grande fluidez social com alta concentração de renda - para o Chile e constatou que não basta contrastar os dois níveis (desigualdade de renda e fluidez), para entender este segundo fenômeno é necessário observar o padrão de desigualdade de renda. Segundo (Ribeiro, 2005) em 1973 o Brasil estava entre as sociedades mais rígidas, mas em 1996 se aproximou das sociedades menos rígidas, isto é, das mais fluidas, embora abarcando um dos maiores índices de desigualdade de renda do mundo. A partir de 2001, observa-se uma redução no índice de concentração de renda, ainda que moderada. Não há um consenso na literatura quanto às causas da redução e as políticas que a influenciaram. De um lado, um conjunto de estudos associa estreitamente o movimento às políticas públicas de transferência de renda e de educação. De outro, encontra-se o conjunto segundo o qual o movimento decorreu da ação de diversas políticas públicas, e sua continuidade dependerá do desempenho da atividade econômica (Dedecca, 2006). Analisar o papel das políticas públicas na determinação da recente fluidez social e da redução das desigualdades de renda constitui o objetivo geral deste trabalho.