460.4 Sangue e vida: Interpretaç'es nos campos real e simb"lico testemunhas de jeová

Friday, August 3, 2012: 10:00 AM
Faculty of Economics, TBA
Queise RAMOS , Otacilio Maia Ramos e Maria José da Luz Ramos, Belém, Brazil
SANGUE E VIDA: INTERPRETAÇÕES NOS CAMPOS REAL E SIMBÓLICO TESTEMUNHAS DE JEOVÁ.

 

Queise Hellen Luz RAMOS. (Antropologia/UFPA) – queiseramos@hotmail.com 

Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais/Universidade Federal do Pará. Bolsista CAPES.

Não deveis tomar o sangue de carne alguma, pois a vida de toda carne é o seu sangue. Qualquer pessoa que tomar dele será cortada’”. Esse é o mandamento de Deus no Livro de Levíticos 17: 13,14 da Bíblia Sagrada Cristã e faz parte do conjunto de coisas interditas aos seus filhos, logo, refere-se à santidade de seu povo. Segundo a interpretação das Testemunhas de Jeová: Sangue é vida, explicita o mandamento divino, mas o uso indevido significa a morte daquele que o viola. “Somente Jeová Deus tem o poder sobre a vida; Jamais sustentarão a própria vida por violar a lei”. Frequentemente essa determinação gera polêmica entre os não-adeptos que acreditam que “sangue é vida”, no sentido de quem recebe transfusão tem a vida resguardada. Com isso, adeptos da Organização e diversos profissionais constantemente enfrentam situações conflituosas onde pacientes, familiares, membros da Organização e médicos se enfrentam para garantir, via judiciário, o que seria melhor para a manutenção da vida do enfermo TJ. Essas situações, muitas vezes levam à morte do paciente por não receber tratamento adequado (isento de sangue). Situações que enfatizam a necessidade do diálogo com a Antropologia, em especial das Antropologias da Religião e da Saúde no que tange aos preceitos religiosos de separação, noções de pureza e impureza, bem como de santidade que pensamos associar aos princípios e convenções - Direitos Humanos e Dignidade da Pessoa Humana - bem como ampliar as discussões acerca do Respeito a Diversidade afim de sensibilizar a comunidade em geral sobre o conflito espiritual que essas pessoas enfrentam no momento de maior fragilidade - a doença.